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Tema do Ano Escutista 2015/2016

Em 2015/16, somos chamados a edificar o templo que há em cada um de nós e, tal como Francisco de Assis, também nós calçamos as sandálias e procuramos seguir a Voz que nos diz: “reconstrói a minha Igreja”, com a pobreza de espírito para vencer a pobreza humana e social, construindo a Paz.

 

Pobreza

A escolha de uma vida despojada – e de uma Igreja despojada – é para Francisco a opção radical de amar os pobres e imitar a Cristo pobre. Assim se renova o elo profundo que existe entre o Corpo de Cristo presente na Eucaristia e o Corpo de Cristo presente no rosto dos irmãos: “o mesmo Jesus que adoramos no Sacramento, encontramo-lo no irmão mais frágil, do qual aprendemos, sem barreiras nem complicações, que Deus nos ama com a simplicidade do coração” (Papa Francisco, 4 de Outubro de 2013).

Também isto significa partir dos possíveis círculos fechados em que se passa a nossa vida para ir ao encontro, como nos pede o Papa Francisco: “Às vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros. Espera que renunciemos a procurar aqueles abrigos pessoais ou comunitários que permitem manter-nos à distância do nó do drama humano, a fim de aceitarmos verdadeiramente entrar em contacto com a vida concreta dos outros e conhecermos a força da ternura” (Evangelii Gaudium, nº 270)

 

Paz 

Dimensão importante da vida de S. Francisco é a procura incansável da paz, quer aquela que vem da harmonia com a criação quer pelo diálogo com outros povos e culturas – em tempo de cruzadas ele foi encontrar-se com o Sultão muçulmano. Mas qual é a paz que Francisco acolheu e viveu, e nos transmite? “A paz de Cristo, que passou através do maior amor, o da Cruz. A paz franciscana não é um sentimento piegas. E também não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmos... Também isto não é franciscano, mas uma ideia que alguns formaram. A paz de São Francisco é a de Cristo, e encontra-a quem «toma sobre si» o seu «jugo», isto é, o seu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei (cf. Jo 13, 34; 15, 12). E este jugo não se pode levar com arrogância, presunção, orgulho, mas apenas se pode levar com mansidão e humildade de coração.

Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a ser «instrumentos da paz», da paz que tem a sua fonte em Deus, a paz que nos trouxe o Senhor Jesus” (Papa Francisco 4 de Outubro de 2013).